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Justiça para todos
Justiça para todos

Justiça para todos

por José Costa

 

A Justiça é cega e os juízes são?

A Justiça é para todos! Boa frase para discurso de um orador e para os apaixonados e sonhadores acadêmicos de Direito, que se desiludem com a realidade ao percorrerem os caminhos da justiça. Nesta caminhada descobrem que os pratos da balança têm pesos diferentes.

Filho de rico é rico, têm amigos influentes, padrinhos, referências e se é preso paga fiança. Filho de pobre é pobre, não tem nome nem tradição, se é preso, mesmo que haja fiança estipulada, não tem dinheiro para pagar. Resultado? Fica preso!

A Justiça é cega, mas o sistema não!  Cadê o Amarildo!

Dois crimes são cometidos, crimes iguais, infratores distintos, um afortunado e o outro não.

O que tem a carteira recheada de dinheiro e cartões de crédito paga a fiança e é solto!

O outro fica detido. Pesos diferentes para um mesmo crime. Alguma coisa está errada!

A impressão que fica é a de que na Justiça o dinheiro fala mais alto que a lei. 

 A identificação ou não com certos valores socialmente aceitos determina uma divisão dos indivíduos em normais ou criminosos, que acaba por legitimar desigualdades na aplicação da lei penal a cada um desses grupos. (Yvana Savedra de Andrade Barreiros)  

 Não se pode comprometer a imagem da Justiça como uma Justiça dual, que trata diferentemente pobres e ricos. (Desembargador Federal- TRF3 Fausto Martin De Sanctis) 

Confio na justiça, apesar de já ter sido, injustamente, vítima dela. Acredito e conheço a história de alguns juízes, desembargadores e juristas que possuem a capacidade raríssima de juntar as peças do quebra- cabeça e fazer com que tudo dê certo, mesmo nas situações mais difíceis e desafiadoras. São pessoas do bem, íntegras, mas pouco conseguem fazer para mudar o rumo dessas injustiças que são cometidas por este país a fora. São muitas!

Tem que haver vontade política! 

Uma das principais, se não a principal, característica dos grandes líderes é a integridade. Praticar o que se prega revela um caráter ilibado, mas quem neste país pratica o que se prega?

Resposta: A grande minoria! Conta- se nos dedos!

Fico triste quando vejo um povo descrente, um povo vencido por um sistema corrupto e capitalista, um povo sofredor e descaradamente explorado por gananciosos que cada vez enriquecem mais. Pessoas pobres, cada vez mais pobres e ricas cada vez mais ricas.

A Justiça é cega? Muito ou tudo para poucos e nada ou pouco para muitos!

O sistema não é igual para todos! A educação não é igual para todos! A saúde não é igual para todos! 

Um país capitalista só quer saber e só tem interesse em agradar aqueles que podem dar retorno, escolas caras para quem pode pagar pelo ensino de qualidade, hospitais caros para quem pode pagar um atendimento de primeira e por aí vai! 

O grande desafio do Judiciário brasileiro é afirmar de novo e de maneira mais categórica, o princípio da igualdade. Sei que é possível porque ainda acredito na justiça. O povo clama por ela, sem privilégios e para todos!