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Cadê o Amarildo x cadê o Genivaldo?
Cadê o Amarildo x cadê o Genivaldo?

Cadê o Amarildo x Cadê o Genivaldo?

por José Costa

 

Outrora, no Distrito de Posto da Mata, em Nova Viçosa- Ba, numa de minhas viagens a trabalho, ocorreu um fato do qual fui testemunha.

Os moradores do Bairro de Cajueiro depararam- se com um caso atípico ocorrido na região.

Tudo começou no início da tarde de uma terça- feira de carnaval, dia 21 de fevereiro de 2010, se não me falha a memória.

Um rapaz, confundido com um assaltante, fora abordado por policiais, preso, algemado e conduzido a DP, por, supostamente, estar praticando um assalto. Tudo levava a crer, pelas circunstâncias do fato, que se tratava realmente de um delito, pois o referido rapaz foi detido no interior de uma residência, cujos proprietários estavam viajando.

Triste e Lamentável cena!

Analisando a expressão do rapaz no ato do suposto fragrante percebi que tinha algo errado. Era um olhar perdido no tempo, um olhar de quem não entendia o que estava acontecendo...

Os resultados desta análise foram dois, ou tratava- se de um pobre coitado aprisionado ao vício das drogas ou de um portador de deficiência psiquiátrica.

As horas passaram, o fato abrandou- se, mas, para surpresa de todos, lá estava o rapaz acomodado novamente no mesmo local, descansando, sentado no chão, porém desta vez do lado de fora da residência. Percebi, então, que a segunda hipótese, deficiência psiquiátrica, era a mais cabível.

Logicamente que a polícia observando esta deficiência e a inocência do suposto transgressor, libertou- o. Achei isto um absurdo, não pela libertação, lógico, mas por não terem tomado as providências realmente corretas e humanas. O certo seria encaminhá-lo para a assistência social da Prefeitura ou alguma outra atitude que protegesse a integridade do rapaz. A polícia local foi, no mínimo, imprudente.

O rapaz ali ficou durante o resto do dia e alimentou- se graças a moradores que, comovidos, fizeram esta caridade. A noite chegou e o estreitamento de um relacionamento amigável envolveu uma família que ajudou o rapaz com acomodação, alimentos, água gelada, travesseiro e cobertores para forrar o chão e se proteger do frio, decorrente do sereno da madrugada.

Aos poucos a confiança do rapaz foi conquistada e não demorou muito para que ele entregasse documentos que revelaram dados fundamentais para que seus familiares pudessem ser encontrados.  A partir daí tudo ficou mais fácil. O nome do rapaz era Genivaldo Monteiro dos Santos, idade 22/ 23 anos, nativo do município de Lomanto Júnior (Barro Preto) – Ba.

Através de consultas à Internet, viva a tecnologia! Informações num site de pessoas desaparecidas, postada pelo Sr. Montival Júnior, foram encontradas. Daí pra frente foi só alegria!

Resumindo: O trabalho que deveria ter sido feito pelos policiais foi feito pela comunidade.

A esta altura o Sr. Genivaldo Monteiro já estava acomodado na residência de um morador local, onde fora muito bem tratado.

(O rapaz não era um “doente mental” precisando de ajuda, e sim um “ser humano" portador de uma doença mental, precisando de ajuda e esses seres humanos, acreditem! São fortes, capazes, sensíveis e possuem potencial intelectual).

 

A União faz a força

 

A determinação dos moradores de Posto da Mata e da Rádio comunitária Líder FM, foi fundamental para o patrocínio com os custos da viagem dos familiares de Genivaldo que não tinham recursos. 

No dia 23 de fevereiro, às 20hs, chegava a Posto da Mata a referida família que foi recepcionada com um jantar de confraternização.

A Rádio Comunitária esteve presente entrevistando a todos como forma de esclarecer o desfecho da comovente história e prestar contas à comunidade que participou com as doações.

Ainda bem que, neste caso, o grito foi “CADÊ O GENIVALDO!

Ainda bem que, neste caso, o “Genivaldo” foi encontrado!

Ainda bem que, neste caso, tudo acabou bem!